Você sabe o que é Segurança do Paciente?

A segurança do paciente pode ser considerada como o grande o desafio do século XXI na busca por prevenir danos aos usuários dos serviços de saúde. O reconhecimento de que a assistência em saúde pode repercutir em agravos levou a necessidade em buscar ações para mitigar eventos adversos no paciente. Embora as primeiras preocupações com a segurança do paciente possam ser descritas desde a formulação do princípio de Hipócrates: “primum no nocere” (primeiro não prejudicar), o marco revolucionário para a Segurança do Paciente se dá a partir da publicação do estudo “To err is human: building a safer health care system” no ano 2000. Este estudo apontou que a cada ano quase 100.000 norte-americanos morriam em função de falhas na assistência em saúde. Dados semelhantes também foram identificados em outros países, como por exemplo, no Brasil. Em média 10% dos pacientes hospitalizados sofrem algum tipo de evento adverso, sendo que 50% desses eventos são evitáveis. Diante do impacto econômico e social vinculado as falhas na assistência em saúde identificou-se a necessidade em reformular o atendimento oferecido ao paciente. Essa reformulação partiu da reflexão de que: o que antes era simples e relativamente seguro, hoje passou a ser complexo e potencialmente perigoso. Tal mudança se deve ao perfil epidemiológico e aos avanços tecnológicos para prolongamento da vida na área médica, ou seja, a população envelheceu, aumentou número de doenças crônicas não transmissíveis e as tecnológicas tornaram o cuidado mais complexo. Neste contexto, a Segurança do Paciente pode ser descrita como a “Identificação e eliminação de riscos que possam causar danos ao paciente durante a assistência em saúde”, sendo considerada como uma questão estratégica global. A preocupação com o paciente levou a Organização Mundial da Saúde em 2004 a criar o World Alliance for Patient Safety, que passou a ser denominado como Patient Safey Program. Este programa tem como objetivo organizar os conceitos e definições sobre segurança do paciente e propor ações para minimizar riscos e mitigar eventos adversos. No Brasil, a Portaria N° 529, de 1° de abril de 2013 que institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente pode ser considerada como marco importante na busca por qualificar o cuidado em saúde. Para promover a Segurança do Paciente foram estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e preconizadas pela Joint Commission International (JCI) seis Metas Internacionais de Segurança do Paciente, sendo elas: META 1 - IDENTIFICAÇÃO CORRETA DOS PACIENTES META 2 - COMUNICAÇÃO EFETIVA META 3 - MELHORAR A SEGURANÇA DOS MEDICAMENTOS DE ALTA VIGILÂNCIA META 4 - CIRURGIA SEGURA META 5 - REDUÇÃO DO RISCO DE INFECÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS EM SAÚDE META 6 – REDUZIR O RISCO DE DANOS AOS PACIENTES DECORRENTES DE QUEDAS Agora que você já sabe o que é Segurança do Paciente, busque conhecer o Núcleo de Segurança do Paciente no seu local de trabalho e participe das ações direcionadas a redução de danos ao paciente. JC Joint Commission International. Patient Safety Goals Created. Joint Commission Perspectives, v. 26, n. 2, p. 8, 2006. KOHN, L. T. et al. To err is human. Whashington, DC: National Academy Press; 2000. MINISTÉRIO DA SAÚDE (BRASIL). Gabinete do Ministro. Portaria MS/GM n° 529, de 1 de abril de 2013. WORLD HEALTH ORGANIZATION. World Alliance for Patient Safety: forwad programme. Genebra; 2005.