abril 20, 2021
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Escrever simples não é fácil, mas é necessário

Renaldo Rodrigues Junior Especialista em Direito do Trabalho Especialista em Direito Eleitoral Especialista em Direito Constitucional Professor da UNISEPE Educacional em Hermenêutica e Redação Jurídica Quando pensamos numa redação jurídica, logo nos remete a ideia de que é necessária a utilização de palavras rebuscadas, expressões latinas e uma infinidade de neologismos que são próprios das atividades jurídicas, que fazem, da resolução dos problemas alheios, o seu dia a dia. Contudo, os tempos são outros: a era digital fez com que os processos, que antes eram fadados a permanecer em cartórios empilhados de processos antigos e empoeirados, passaram às telas dos computadores e, num click, o acesso está disponível aos advogados e as partes. Entretanto, é necessário repensar como é importante repensarmos a nossa linguagem jurídica e o quão importante é aproximar a compreensão das nossas palavras ao entendimento do nosso cliente ou daquele popular que quer conhecer mais como é o trabalho de um advogado. Sabemos, contudo, que não é uma tarefa fácil, em meio a tantos conteúdos que absorvemos diuturnamente em nossos escritórios. Sim, optamos por utilizar uma palavra não tão usual demonstrarmos que, se fosse utilizada a palavra “diária”, certamente o entendimento seria obtido com mais agilidade, do que usar uma palavra em desuso e que me forçaria usar um dicionário ou, ao menos, uma rápida pesquisa no Google. É importante que pensemos o quão importante é a atividade jurídica e o que ela pode proporcionar. Contudo, há de se pensar que, além da resolução de conflitos que já citamos acima, a profissão do operador jurídico é, sobretudo, informativa, na medida em que necessitamos apresentar a população a forma pelo qual o Direito se integrará no dia a dia da sociedade. Deste modo, é necessário que os operadores do direito compreenda a necessidade de tornar mais acessível as palavras, permitir com que a oratória possa ser efetivamente compreendida. Sabemos que as palavras traduzem muito da história, do conteúdo que é absorvido durante anos de estudo, da cultura e da rotina a frente de processos no relacionamento entre a Advocacia, o Ministério Público e a Magistratura. Também é importante ressaltar que isto também é um desafio aos profissionais que possuam mais experiência, aqueles que se formaram em um contexto totalmente distinto ao que se tem nos tempos atuais. Afinal de contas, aqueles que se debruçaram nos clássicos de Washington Monteiro de Barros, Celso Agrícola Barbi, Caio Mário da Silva Pereira e Silvio Rodrigues, se deparam com uma linguagem jurídica totalmente distinta do que temos atualmente. Mas, parafraseando o poeta Fernando Pessoa, repensar é preciso.

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