setembro 12, 2022

A Síndrome de Burnout e a Relação de Trabalho

Por Nayara Lays Mariano Xavier Rego Professora de Direito da UNIV   A saúde e sua relação com o trabalho vêm ganhando cada vez mais enfoque em razão do aumento expressivo do número de adoecimentos e de afastamentos do trabalho. O ser humano se desenvolve, num mundo econômico e tecnologicamente acelerado, fazendo com que o desenvolvimento desta ação de globalização cause profundas mudanças na vida da sociedade. Se aliar a produtividade a qualquer custo, a essa condição de produtividade, acaba-se por esbarrar no limite do ser humano, o que inevitavelmente causará um sofrimento ainda maior.   Basicamente, os trabalhadores deixam de ser vistos como seres humanos e passam a ser vistos apenas como recursos, máquinas e capital. Essa negação e o não reconhecimento do “ser”, bem como, o não reconhecimento das tarefas por ele elaboradas, o excesso ou escassez de trabalho, as cobranças contínuas, ameaças, ausência de salário satisfatório, ocultação de verbas devidas, de bonificações, entre inúmeras outras situações, são atitudes abonadoras para o sofrimento.   O sofrimento é caracterizado por percepções desagradáveis derivadas da não satisfação de necessidades, por experiências aversivas a emoção negativa, coligando-se ao fracasso do desejo mais profundo do ser humano.   As condições precárias de trabalho, jornadas de trabalho excessivas, demandas que excedam a habilidade do trabalhador, enfim, situações delicadas enfrentadas cotidianamente pelo empregado são causas que o adoecem. A sensação do limite e o excesso de cargas geram o descontrole emocional.   Fazem parte ainda do sofrimento, a angústia, a ansiedade, a insatisfação, a impaciência, a importunação, o estresse e a Síndrome de Burnout. A Síndrome de Burnout, utilizada o termo pela primeira vez por Freudenberger, na década de 70, encontra-se atrelada a uma doença embasada na pressão emocional oriunda do ambiente de trabalho. É um distúrbio psíquico, um estresse excessivo crônico de caráter persistente, provocado pela tensão emocional e condições do trabalho (sobrecarga ou excesso de trabalho) desgastante.   O trabalhador sente-se insatisfeito e descontente com sua atuação pessoal e com seus procedimentos profissionais na ocupação que exercem. A falta de condições de trabalho, de recursos materiais, falta de infraestrutura, baixos salários, multiplicidade de tarefas, burocratização, sobrecarga, tudo influencia na incidência emocional, gerando assim um esgotamento físico e mental.   Ressalta que a saúde é um direito básico, fundamental e essencial do ser humano. Portanto, para que o ser humano possa ter uma vida benéfica, proveitosa, favorável, vantajosa, saudável e digna, é primordial que tenha seus direitos garantidos e respeitados.   Desse modo, é necessário cessar esse sofrimento, para que o trabalho possa se tornar prazeroso, útil, significante e o trabalhador possa ter uma melhor qualidade de vida, dentro e fora das zonas de trabalho, onde possa existir prazer, bem-estar, equilíbrio e uma vida saudável.

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