fevereiro 2, 2022

Administração e Economia

Quais são as relações entre a administração e a economia? O que elas possuem em comum? E o que as distingue enquanto áreas do conhecimento e da atuação profissional? Neste texto, iremos tratar, brevemente, sobre:  As proximidades entre a administração e a economia; As distinções entre a administração e a economia.
  1. As proximidades entre a administração e a economia
Conforme observamos em várias instituições de ensino superior, a administração e a economia aparecem juntas, compondo uma área geral do conhecimento e da prática profissional.  Uma das razões para isso acontecer reside no fato de que, em grande medida, ambas fazem parte, teoricamente, de uma mesma área do conhecimento bem abrangente, qual seja, o estudo da produção, circulação e distribuição de bens e serviços de uma sociedade, concomitante aos estudos acerca do papel do Estado e dos comportamentos dos agentes econômicos.  Nesse sentido, coloca-se a necessidade, para ambas, de analisarem e decidirem sobre os recursos existentes em uma sociedade e qual (ou quais) seriam a melhor maneira de utilizá-los, de forma sustentável e eficiente. Além disso, cabe discutir também como deve ocorrer a atuação do Estado, em sua relação com o mercado e, finalmente, que tipos de comportamentos os agentes econômicos devem mobilizar e proceder.  Por outro lado, ambas precisam levar em consideração não apenas os meios e o montante de recursos disponíveis para a produção, circulação e distribuição de bens e serviços, mas ainda o modo como deve estar organizado e conduzido o trabalho humano em todos estes processos. Tanto a administração quanto a economia irão desempenhar um papel fundamental em torno de como coordenar, eficientemente, o trabalho no processo de produção, de circulação e de distribuição de bens e serviços. Neste campo de análise mais amplo, as duas áreas do conhecimento procuram formar profissionais capacitados para enfrentar os problemas inerentes ao crescimento econômico, desenvolvimento econômico, competitividade das empresas e demais elementos que compõem e sustentam as questões fundamentais que irão permitir melhorar ou alterar a colocação de um país no mundo globalizado, seu nível de atração de investimentos, sua capacidade de promoção de desenvolvimento tecnológico e de geração de empregos de qualidade e de bem-estar social.  Verificamos, assim, que a administração e a economia apresentam um ponto de partida e de encontro comum; e isso se evidencia, sobretudo, nos casos dos sistemas econômicos planificados ou de produção estatizada, nos quais as decisões acerca do uso dos recursos disponíveis ao processo produtivo e dos meios de circulação e distribuição dos bens e serviços de toda a sociedade passam pelas mãos dos administradores e economistas, confundindo-se e irrompendo seus limites, até o momento em que se tornam ambos pertencentes a uma mesma classe composta pela tecnocracia da sociedade. 
  1. As distinções entre a administração e a economia
Em termos rigorosos, a administração aborda o campo da produção, da circulação e da distribuição de bens e serviços de acordo com cada unidade econômica, ao nível da empresa ou de um conjunto de empresas de determinados setores da atividade econômica. Dentro dessa área do conhecimento, temos a distinção entre a administração de empresas e a administração pública, onde a primeira se debruça sobre as unidades produtivas e a segunda sobre o papel da atuação do Estado, o aparelho burocrático estatal e a formulação de políticas públicas consistentes para a sociedade.  Por sua vez, a economia possui uma visão mais ampla sobre o funcionamento dos mercados e do processo de produção, circulação e distribuição dos bens e serviços de uma sociedade. Embora se verifique uma distinção interna, a exemplo da microeconomia e da macroeconomia, a microeconomia acaba por privilegiar a análise acerca do funcionamento dos mercados, suas estruturas de concorrência e as inúmeras estratégias promovidas pelas empresas, sem perder, de qualquer forma, a visão abrangente do modo como opera o sistema econômico como um todo, pois o que interessa é descobrir como as unidades econômicas individuais influenciam o sistema econômico geral.  No âmbito da prática profissional, os administradores podem realizar ocupações voltadas para gerenciamento de recursos humanos, da gestão financeira, do marketing, da logística, da controladoria, das vendas, do comércio exterior, do empreendedorismo, da consultoria, dentre outras, seja em empresas privadas, estatais ou ainda no próprio setor público. Já os economistas têm o mercado de trabalho voltado mais comumente para o mercado financeiro, para os estudos de mercado e suas tendências, para a perícia, consultoria e assessoria econômicas, para a economia de empresas e do agronegócio, para a orientação financeira, para a elaboração da viabilidade econômica de projetos e para o setor público, dentre outras funções.   Fica explícito, portanto, que se trata, a rigor, de duas áreas distintas do conhecimento, porém com muitos elementos em comum que se cruzam, fazendo-as ser consideradas como pertencentes a um mesmo grande grupo, quando pensamos em termos de um campo de análise mais abrangente do conhecimento e de seus objetos de estudo.  Autor: Prof. Dr. Eduardo Martins Ráo  Professor dos cursos presenciais de Administração, Tecnologia em Processos Gerenciais, Recursos Humanos e Logística, do Centro Universitário do Vale do Ribeira.
 

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