maio 13, 2022
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Louco, quem? Eu?

Um dito popular nos sentencia: “de médico e louco todo mundo tem um pouco”, outro pensador desabafa: “Prefiro ser louco em um mundo que os normais constroem bombas”  Raul Seixas. O fato é que o senso comum generaliza os diferentes pelo seu desempenho aos conceitos de normalidade estipulados pela sociedade e sentencia como desqualificado para a convivência todos os que de alguma maneira tem seu comportamento “disfuncional”. Em 1852 surge no Brasil o primeiro hospital psiquiátrico/manicômios, influenciado pela psiquiatria francesa como tratamento moral, o chamado hospício D. Pedro l na cidade do Rio de Janeiro. As intervenções motivadas pela boa intenção de manter a ordem na sociedade como também a criminalização, se mostrou extremamente ineficaz para a recuperação dos cidadãos, como também evidenciou a crueldade desumana nos tratamentos adotados. Excetuando a criminalidade que hoje possui um sistema estruturado próprio de reclusão e sentenciamento, temos hoje uma busca intensa por novas alternativas de tratamentos e recuperação eficiente dos cidadãos em estado de “loucura”. O Dia 18 de maio se constituiu em um marco histórico, um desafio para um processo de desmantelamento deste sistema manicomial. Houve uma mobilização em diversos segmentos da área da saúde, envolvidos ou não com pacientes, ou colaboradores, definindo a partir da data uma deliberação de espaços, implantações de leis e medidas para a humanização dos tratamentos adotados nos manicômios e reduzindo a casos extremos os índices de internação. Vários modos alternativos foram implantados desde então e os hospitais psiquiátricos foram sendo substituídos por Centros de Atenção Psicossocial (CAPs). Em vez de serem internados por tempo indeterminado e de permanecerem isolados, os pacientes recebem atendimento humanizado em regime diário e com equipes multidisciplinares formadas por médicos, enfermeiros e psicólogos, entre outros profissionais. Os casos mais graves são encaminhados para os hospitais com atendimentos psiquiátricos. Felizmente, o número de CAPs  saltou de 516 em 2004 para 2.462 em 2017. Enquanto isso, o de leitos de hospitais psiquiátricos caiu de 51.393 em 2002 para 25.009 em 2015. Mesmo assim, ponderam os especialistas, isso não basta. Outras medidas são necessárias, como uma política de prevenção ao uso de álcool e drogas e a ampliação do número de residências terapêuticas. “Todas as ações devem ser pensadas com um único objetivo: oferecer o que há de melhor para o paciente psiquiátrico”. Esse olhar social que propõe socializar estes sofredores que já pelo próprio diagnóstico tem limitações e carências faz da população a responsável para acolher e facilitar a convivência. Extinguir o preconceito pode contribuir significativamente para uma visão mais aprofundada para o indivíduo na sua subjetividade e alargar nossa tolerância ao diferente. A empatia me parece um comportamento plausível para adotarmos neste contexto sendo a capacidade psicológica de sentir o que sentiria outra pessoa, caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. É tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar o que sente outro indivíduo. A empatia leva as pessoas a ajudarem umas às outras. Está intimamente ligada ao altruísmo — amor e interesse pelo próximo, é a capacidade de ajudar. Sempre lembrando do dito popular “de médico e louco, todo mundo tem um pouco”, mas poderemos em algum momento ser vítimas realmente patológicas. Contribuir para construir um mundo melhor sempre será melhorar o “nosso” próprio mundo. Referências Bibliográficas: Disponível em:< https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/saude-mental-a-evolucao-dos-tratamentos-psiquiatricos-no-brasil/>acesso em 10 de maio de 2022 Disponível em:<https://www.comciencia.br/dossies-1-72/reportagens/manicom/manicom1.htm >acesso em 10 de maio de 2022 Autor: Daniel Marcos Feres - Aluno do 5º Semestre de Psicologia | UNIVR - Centro Universitário do Vale do Ribeira

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